Monsanto é uma das 17 freguesias do concelho de Idanha-a-Nova. Possui uma área de cerca de 18 hectares. Está localizada na encosta de uma elevação escarpada - o cabeço de Monsanto (Mons Sanctus, como era chamada há muitos anos) - que irrompe abruptamente na campina de Idanha e que, no ponto mais elevado, atinge os 758 metros acima do nível do mar. Nas várias vertentes da encosta e no sopé do monte existem vários lugarejos dispersos, atestando a deslocação da população em direcção à planície.
Na aldeia de Monsanto, a natureza agreste e a construção humana interligam-se com harmonia. Os enormes penedos de granito e as grutas que estes formam, integram-se nas casas, ora servindo-lhes de chão, ora de paredes ou mesmo de tecto.
Perto da Igreja da Misericórdia pode-se apreciar a Torre do Relógio ou Torre de Lucano (séc. XIV), torre sineira onde foi colocada uma réplica do Galo de Prata (troféu atribuído a Monsanto por ter conquistado o título de «a aldeia mais portuguesa de Portugal» num concurso promovido pelo SNI em 1938).
A 3 de Maio realiza-se a Festa das Cruzes que celebra a vitória dos monsantinos num dos muitos cercos, dizem uns que dos romanos, outros dos mouros. As mulheres sobem até ao castelo tocando adufes e cantando. Do alto das muralhas deitam um pote florido, simbolizando o gesto do século passado, quando um vitelo foi lançado aos sitiantes para mostrar a que ponto os sitiados estavam bem providos de víveres. Outra tradição curiosa desta aldeia tem a ver com as “marafonas”, bonecas de pano, e às quais é atribuído o poder de proteger a casa dos seus possuidores contra o mal causado pelas trovoadas, devendo, para tal, ficar deitadas nas camas. São confeccionadas a partir de uma cruz revestida com trajes coloridos. As “marafonas” não têm bocas nem olhos e estão associadas ao culto da fertilidade. Devem ser colocadas debaixo da cama dos recém-casados (como não têm olhos nem boca, nada vêem e nada podem contar). São também usadas pelas mulheres de Monsanto na Festa das Cruzes. Esta festa tem ainda uma particularidade. Quando o 3 de Maio não calha a um Domingo, a data é assinalada por uma cerimónia simples. A grande celebração fica para o Domingo seguinte.
Fonte:
“Portugal: guia de viagens”.
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