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Companheiros de Pensamentos

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Seja Bem-Vindo, 2011.

E chegámos ao fim de mais um ano!
O que será que nos reserva o novo ano?
Não faço a mínima ideia.
Aprendi a não fazer demasiados planos e a confiar mais naquela Força Maior que alguns chamam de Deus, outras chamam de Energia, eu prefiro chamar de Meu Grande Amigo.
2010 não me deu tristezas, apesar do canário Noel, do meu marido, ter morrido, justamente neste mês. (Prefiro ver os pássaros, aves, livres de gaiolas…)
2010 trouxe uma enorme alegria: reencontrar duas grandes amigas, depois de 11 anos, e passarmos duas MARAVILHOSAS semanas!
Alegrias, como esta, dão-nos um novo fôlego para seguir nossa vida, para encorajar-nos a acreditar nos nossos sonhos.
Estas minhas amigas são pessoas especiais. Sim, é claro que os amigos são pessoas especiais, lógico!
Mas, posso afirmar, que desde que conheci estas minhas amigas, só tenho aprendido com elas.
Comecei por aprender a nível profissional. São grandes profissionais de uma grande competência e paixão pelo que fazem. Quando conheci a “Li”, numa sala de aula de uma escola “um pouquinho” complicada, com uma turma extremamente difícil, e observei o trabalho que ela desenvolvia, pensei: “Nunca serei tão boa quanto ela!”
Já se passaram 16 anos e este pensamento continua a ser verdadeiro.
Depois, tive a chance de conhecer, durante uma Pós-Graduação, suas irmãs “Tê” e “Lú”; e só posso afirmar que seus Pais são Especiais por terem 3 filhas, igualmente fantásticas!
Ao longo destes anos, um sentimento de respeito, admiração, carinho, foi crescendo e envolvendo, não só a mim, como a meus pais.
Assim fui aprendendo com elas, a ver a Vida e a Morte com outros olhos, a encarar nossos obstáculos, nossas indecisões, decisões de outros ângulos…
E este ano, recebemos esse maravilhoso presente: conviver duas semanas com elas! Como gostaria que tivessem sido mais…
E esse sentimento de respeito, admiração e carinho, passou a envolver, também, a minha atual família: meu marido (e meus cãezitos, que elas chamam de “bebés”, eheheh)
O que desejo que 2011 traga?
Que ele traga saúde (pois é um bem precioso), trabalho (pois nos faz sentir úteis), e que as pessoas que amamos sejam muito felizes!
Aproveito para deixar umas palavrinhas a todos aqueles que têm o especial cuidado, carinho, atenção, de deixar suas deliciosas palavras neste meu cantinho.
Quero agradecer muito as visitas, os comentários, a atenção que me dispensam e desejar que todas as suas aspirações sejam concretizadas.
Até para o Ano e SEJAM FELIZES!!!

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

A primeira anestesia do Kibon

Ontem o Kibon foi cuidar dos dentes.
Custou um pouquinho ver o Kibon a adormecer sobre o efeito da anestesia.
Depois nós saímos e deixámos o Kibon nas mãos de duas Doutoras.
A limpeza dos dentinhos durou +/- 45 minutos. (Para mim, uma eternidade!)
Eu estava um pouco nervosa; afinal o Kibon já tem 10 aninhos...
Uma das Doutoras avisou-nos assim que terminou a limpeza e disse-nos que poderímaos observar atentamente os dentinhos antes dele acordar. Os dentes realmente estavam limpinhos.
De seguida, deram o antídoto, para que o Kibon acordasse.
Aos poucos, os olhinhos começaram a piscar. Durou uns 5 minutos até acordar. (Eu não via a hora!)
Finalmente, o Kibon levantou-se. Ufa!
Estava completamente desorientado. Fartou-se de andar pelo consultório todo.
Fico imaginando o que se passaria por aquela cabecinha... Felizmente, os donos estavam com ele.
As Doutoras foram fantásticas. Muito pacientes e explicando tudo o que se estava a passar com o Kibon.
Trouxemos o Kibon para casa ainda um pouco confuso.
Depois de 2 horas já estava bem esperto, apesar de estar cheio de fome; pois ficou em completo jejum durante 24 horas.
Hoje já voltou a ser o nosso Kibon de sempre. Já comeu, já ladrou, já brincou. Pronto! Já passou!

(Como me apego a estes bichinhos!)

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Janeiras

Estávamos num café de aldeia e eis que começamos a ouvir música.
O que era?
Um grupo de jovens a manter uma tradição: Cantar as Janeiras!
O grupo percorre as ruas da aldeia, todas as noites, a partir do Natal, apesar do frio, visitando as casas e cantando as Janeiras.
Fico feliz ao ver que ainda existem jovens que se preocupam em manter algumas de nossas tradições.
Bem hajam!

sábado, 25 de dezembro de 2010

Dia de Natal

Quando meus pais partiram para a longa viagem, pensei que o Natal passaria a ser um dia muito triste e perderia toda aquela magia que se vivia em nossa casa.
Enganei-me.
E por quê?
Simplesmente, porque o Natal sempre significou muito para os meus pais.
Desde criança, ouvia-os sempre falar sobre a data em que se comemorava o nascimento de um Menino. E como devia tentar manter-se esse espírito durante todo o ano.
E havia toda uma certa magia.
Tudo começava a 1 de Dezembro (pois ao dia 2 “já é muito tarde” – como dizia meu pai) a montar o presépio. Minha mãe tinha essa tarefa, depois eu dava uns “toques”.
Depois, naquele tempo, íamos escolher o pinheiro para ser a árvore de Natal. (Nunca me esqueço daquele cheirinho a Natal e ainda tenho algumas bolas desse tempo.)
Meu pai costumava dizer que não se deve esperar uma certa data para presentear ou ser solidário. Todos os dias servem para essas finalidades. Também dizia que os aniversariantes são os que recebem presentes e não os convidados. E assim levava-me a pensar o que poderia dar a esse Menino.
Pode parecer ridículo mas acredito que foi o melhor ensinamento que poderia receber. É bem provável que esse ensinamento me tornou numa pessoa que respeita o outro, a natureza e a mim própria.
A par disto, também havia a magia que minha mãe tinha vivido enquanto criança e que tentava me contagiar. E contagiou, pois eu acreditava no Pai Natal, apesar de nunca lhe ter escrito cartas. Lembro que meus pais diziam-me que não devia pedir nada pois, de repente, ele podia não conseguir e ficaria triste de não poder atender o pedido. (Hoje entendo que eles não queriam frustrar minhas expectativas, pois sempre lutaram com muitas dificuldades e não havia dinheiro sobrando.)
Mesmo assim, uns dias antes do Natal, minha mãe mandava limpar a chaminé “para que o Pai Natal não sujasse a roupa”. E lá colocava o meu sapatinho na chaminé… e no dia de Natal sempre havia algo no meu sapatinho: bonecas, jogos da Majora, puzzles, livros…
Vivi 38 Natais com meus pais com toda essa magia. Enfeitando a casa com o tema de Natal, montando presépio e árvore de Natal, preparando a ceia (simples) e o almoço de Natal, as prendas que se escondiam e só apareciam, no dia de Natal, ao pé da árvore.
Depois, ainda vivi mais 4 Natais com minha mãe e com a lembrança forte de meu pai; pois ele adorava o Natal (muito mais do que a passagem do Ano Novo).
E agora vivo essa magia com meu marido e sei que meus pais sorriem ao ver toda esta magia vivida por nós e pelos nossos anjos caninos.
Costumo dizer que sou uma eterna criança, com a única diferença de já não acreditar em Pai Natal… ou será que ainda acredito?

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Voltando, devagarinho...

O trabalho já está todo realizado. O presépio já está montado.
O frio já está a abrandar. Mas o principal: não poderia deixar de desejar um Feliz Natal a todos os meus Companheiros de Pensasentimentos e aos que resolvem passear por aqui.
Agora, com mais tempo, vou começar a passear pelos espaços de vocês.
Que o ambiente de magia que envolve o Natal, esteja sempre vivo em vossas vidas.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Mais um desafio

A minha querida amiga Verena me fez este desafio "pequenininho".
O blog da Verena é Bichinhos Amados:http://bichinhosamados.blogspot.com/
1 - Qual é o seu objeto mais pessoal? - Minha agenda.
2 - Qual tipo de música você prefere? - Relaxante.
3 - Tem alguma música em especial? Por quê? - "Olhos Castanhos"; porque sempre que a minha a cantava, seus olhos castanhos brilhavam...
4 - Gosta de ver fotos? - Sim.
5 - Qual foi o último filme que você viu no cinema? - oops!!! (Não me lembro!)
6 - Você é convencida (o)? - Não.
7 - Quais problemas mundiais te preocupam mais? - Desrespeito com a natureza.
8 - Até onde você é capaz de ir por amor? - Até onde o meu amor mereça.
9 - Gosta de ler? - Muito.
10 - O que achas muito romântico? - Qualquer gesto que demonstre carinho, afecto, cuidado em manter viva a chama.
11 - O que você acha da homossexualidade? - Uma opção de sexualidade.
12 - Ainda falta muitos sonhos para você realizar? - O sonho comanda a vida.
13 - Você é capaz de morrer por alguém? Quem? - Não sei.
14 - Você acredita em horóscopos? Por quê? - Não.
15 - Você é organizado (a)? - Sim.
16 - Você tem medo de andar de avião? - Um pouquinho.
17 - Gosta de sol? Praia? - Gosto mas não gosto de ficar torrando.
18 - Você usa óculos? - Para ler e escrever.
19 - O que você faz aos sábados pela manhã? - Depende do que nos der na "telha".
20 - Você vê muita TV? - Não.
21 - Tens algum fetiche? - Não.
22 - O que você mudaria no mundo? - Aquelas pessoas que são hipócritas, más.
23 - Você é vaidosa (o)? - Não mas devia ser.
24 - Você gosta dos seus vizinhos? - Adoro, estiveram ao meu lado nos piores momentos...
25 - Gostas de sopa? - Sim.
26 - Que horas você se levanta? - Depende do que tiver que fazer.
27 - Partilhas o teu quarto com alguém? - Com meu marido.
28 - Você é uma pessoa simples? - Sim.
29 - Você tem boa memória? - Sim.
30 - Você vê desenho animado? - Sim.
31 - Tens jeito para escolher presentes? - Sim.
32 - Você já acampou? - Não.
33 - O que fazes nas férias de verão? - Depende do $.
34 - Sais à noite? Onde costumas ir? - Às vezes; a tantos lugares...
35- Primeira coisa que você lava no banheiro? - As mãos.
36- Com quem você vai estar hoje à noite? - Com o maridão.
37- O que você vai fazer amanhã? - Ainda não sei.
38- Qual foi a última vez que você chorou? - Ontem, a ver uma reportagem sobre mulheres que sofreram abortos espontâneos.
39- Estação preferida? -Primavera.
40- Alguma vez você bateu em alguém? - Sim, uma vez e uma só palmada.
41- Qual foi a última pergunta que você fez? - Fazes-me um cafezinho?
42- Diz o que te vier à cabeça: - E lá vem mais um Natal!

Quem quiser continuar a brincadeira, sinta-se à vontade!

Mais presépios

Presépio "guardado" por duendes!


Presépio de borracha com 48 anos. (Com este, podia brincar, quando era criança.)

Presépio

A tradição da família - montar o presépio, cujas figuras já têm mais de 60 anos.


A cabana com as figuras principais. Uma herdade "portuguesa, com certeza".

A cidade de Belém, ao longe. Os criados dos Reis Magos a guardar os camelos, num oásis.

Sempre que monto este presépio, sinto a presença de meus pais...

domingo, 5 de dezembro de 2010

E o Natal está chegando!


Frio!

"Estamos aqui em defesa da nossa dona:
ESTÁ MESMO FRIIIIOOO!!!!"

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Aos meus Companheiros de Pensasentimentos:


Ando um pouco ausente daqui, por três motivos:
1º- Fim de período escolar, exige preencher mais uns papéis;
2º- Começa aquele época de montar o presépio e a àrvore de Natal (a última, já está);
3º mas principal: ESTÁ FRIIIIOOO!!!
Meus dedinhos ficam geladinhos e só dá vontade de enfiar-me INTEIRA debaixo dos cobertores!!!
Mas eu volto!
E obrigada por me visitarem, sempre!

domingo, 21 de novembro de 2010

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Desafio dos 7

Presente do blog My Gifts de Sonia Silvino.

DESAFIO dos 7
São 7 questões com 7 respostas cada.

1. Sete coisas que pretendo fazer antes de morrer:
- Emagrecer;
- Voltar ao Brasil;
- Visitar a Euro Disney;
- Ter mais confiança a conduzir o carro;
- Aumentar a minha dose de calma;
- Aprender, pelo menos, uma língua estrangeira;
- Fazer "aquele" puzzle.

2. Sete coisas que eu mais digo:
- Môôr!
- Tejo, fica!
- Kibon lindo!
- Mas, será possível?
- Eu não acredito!
- Desculpa???
- Eu falo chinês?

3. Sete coisas que eu faço bem:
- Organizar/arrumar;
- Planejar;
- Cuidar dos cães;
- Ouvir;
- Passear;
- Assados no forno (rsrsrs);
- Enfeitar a casa no Natal!

4. Sete defeitos meus:
- Ausência de vaidade;
- Intolerância à falta de respeito;
- "Transparente" demais;
- Preocupada demais;
- Gulosa por doces;
- Cozinhar (não é o meu forte);
- Levantar a voz.

5. Sete coisas que amo:
- A Vida;
- Pais (para sempre);
- Marido;
- Natureza;
- Meus cães;
- Passear;
- Minha profissão.

6. Sete qualidades minhas:
- Sincera;
- Honesta;
- Frontal;
- Sensível;
- Dedicada;
- Responsável;
- Confiável.

7. Sete amigos(as) para participarem desse desafio:
- Maria João;
- Daniel (Lobinho);
- Carlos Albuquerque;
- Carlos Barbosa;
- Fatinha;
- Dr. Funkenstein;
- Pérola.

Eu adorei participar desse desafio!

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Mais um lindo miminho


Recebi este selo de Daniel, do "Sair das Palavras", um blog que aconselho a visitarem. Muito obrigada, Daniel, pela atenção.

E mais uma vez vou dedicar a todos aqueles que têm a gentileza de comentar os meus posts.

Não tenho palavras suficientes para dizer o quanto é agradável receber os vossos comentários.

Muito obrigada a todos vocês, de coração.

domingo, 14 de novembro de 2010

Para lembrar mais tarde...

Sempre fui acostumada, pelos meus pais, a contar tudo o que se passava na escola, mais tarde, no trabalho.
E assim foi quando comecei a ser professora.
Chegava em casa e, para além de contar como tinha sido o dia de trabalho, também partilhava as participações de meus alunos, suas frases curiosas, suas perguntas interessantes. E meu pai sempre me aconselhava a registar essas participações pois, com o tempo, esqueceria muitas delas.
Como sempre, tinha razão. Não registei e já esqueci algumas delas.
Mas resolvi também usar este meu "cantinho" para passar a registar o que ouço, nas minhas salas de aula, e que me surpreende.
Aproveito para escrever as poucas que ainda me lembro.
É claro que não vou mencionar nomes, nem escolas, nem lugares; serão apenas frases de alunos.
(Seria muito interessante que, neste mundo virtual, algum de meus ex ou atuais alunos se "visse" em alguma participação aqui registada).
E, para começar...
Um dia, voltei-me para a turma e desabafei:
- Vocês fazem-me nascer cabelos brancos!
Um aluno olha-me com um semblante muito sério e responde, respeitosamente:
- Não fazemos, não, professora. Quem faz isso é a velhice!

Miminho

Recebi este selo de Carlos Albuquerque e de Pepi,
Agradeço muito o carinho e o belo selo.
Sei que devo indicar blogues mas começo a ficar com receio de ser injusta. Receio que deixe de mencionar algum, o que não seria nada justo, pois todos os blogues que sigo são merecedores deste selo.
Portanto, apesar de saber que não é a atitude certa, dedico-o a todos os blogues que me acompanham nos meus Pensasentimentos.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Bichinhos - Certificado de Amizade e Oração

Oh! Senhor de todos
Fazei com que meu amo seja fiel a seus semelhantes
Como eu sou fiel a ele.
Fazei com que ele seja solidário com seus amigos
E com sua família como eu sou com ele,
Que seja sincero como eu e não hipócrita;
Que ele possa ser depositário da confiança alheia,
Como eu sou depositário da sua.
Dai-lhe uma expressão alegre como o agitar do meu rabo.
Dai-lhe um espírito de guardião, como demonstro quando o lambo com a minha língua.
Nutri-o de paciência igual a minha,
Pois durante horas espero sem me queixar, seguindo seus passos.
Dai-lhe o mesmo cuidado, coragem e prontidão
Que me fazem deixar de lado a malícia da vida.
Conservai seu coração sempre jovem, pleno
Deste espírito brincalhão que possuo.
Fazei com que ele seja um bom homem
Da mesma forma que eu sou um bom cachorro.
Fazei com que ele seja digno de mim,Seu Cão.

--Willi Judy--

Obrigada, Verena.

domingo, 31 de outubro de 2010

Em dias de chuva...

Em dias de chuva, como hoje, adoro ficar em casa.
É tão bom ouvir a chuva a bater na janela,
ler um livro,
escrever no blog,
ver um bom filme,
com ótima companhia,
beber um cafézinho...
e ver os meus cães, enroscados,
a dormir, tranquilamente.
Paz!
Tranquilidade!
É tão bom!

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Apenas um dia de trabalho... ou não?


As crianças têm uma particularidade que eu admiro: a objectividade.
Estive a dar aula sobre o sistema reprodutor, o nascimento, para a minha turma de 3º ano, com crianças que estão na faixa etária entre os 8 e 9 anos.
E a certa altura, um aluno (que está sempre a perder lápis, casaco, boné e que vou chamá-lo de “Zezinho”) perguntou:
- Professora, como se pode perder um bebé. Já ouvi dizer: “Ela perdeu o bebé”. Como?
Nessa hora, deixei de planejar, programar, pensar no que dizer. Simplesmente, abri a boca e … falei.
Simplesmente, comecei assim:
- Olha, isso aconteceu comigo.
Ele fez uma cara que misturava indignação e espanto.
- Com a professora? – perguntou esse meu aluno, com um ar de quem não acreditava no que eu tinha acabado de dizer.
E continuei a contar o que me tinha acontecido.
Resumidamente, que tinha engravidado de gémeos, mas um problema de saúde provocou a morte de um deles, ainda dentro de mim.
Outro aluno pergunta: "Mas como soubeste que ele tinha morrido?"
Falei-lhe de um aparelho com o qual dá para ouvir o coração do bebé. Ele lembrou-se de quando a mãe estava grávida da irmã e de como conseguiam ouvir o coraçãozinho dela, através desse aparelho.
Surge mais uma pergunta: “E depois?”
- Depois foi feita uma operação chamada cesariana, para tirar o bebé que tinha morrido e também para tirar o outro; pois, como era muito pequenino, era preciso fazer tudo para que ele tivesse mais chances de desenvolver. – respondi.
E as perguntas sucedem-se: "E o que o médico fez com o bebé que morreu?"
E continuo a responder, francamente:
- O mesmo que se faz quando as pessoas velhinhas morrem.
Outro aluno, prontamente, manifesta-se:
- Ah, já sei. Foi para o cemitério.
Logo de seguida, um outro colega afirma:
- Mas só passou pelo cemitério, pois ele foi logo para o céu.
E o “Zezinho”, continua:
- Mas se era pequenino, não era do tamanho das pessoas grandes…
A dúvida prendia-se com o tamanho do caixão!
Eu, sorrindo, disse:
- Pois, então, foi do tamanho dele.
O “Zezinho", olha para a sua mesinha, para os livros escolares, e reflecte:
- Deixa ver... então... devia ser do tamanho de dois livros!
Por aí.
E a aula continua, com mais uma pergunta de outro aluno: - E o outro bebé?
Volto a lembrar-lhes que, como já tínhamos visto no filme sobre a gravidez, “todos os órgãos levam um tempo para se desenvolverem e é por isso que a gestação leva 9 meses. Como o meu bebé, não teve o tempo necessário, também veio a morrer.”
E o “Zezinho” faz a seguinte observação:
- Deves ter ficado triste, não?
Confesso que, naquele momento, senti que meus alunos envolviam-me com uma enorme energia ternurenta.
- Sim. Claro que fiquei, mas agora já estou melhor.
A aula chegou ao fim. Pelo menos, era o que eu pensava.
Passados poucos dias, liga-me a mãe do meu aluno “Zezinho”.
Começou por contar-me que o filho relatou toda aula sobre o sistema reprodutor, de como se fazem os bebés e também tudo o que se tinha passado comigo.
Por fim, a mãe perguntou-lhe o que ele tinha achado disso tudo.
E um miúdo de 8 anos responde-lhe:
- Acho que a minha professora é forte.
E a mãe continuou a questioná-lo: - Forte? Por quê?
E o meu aluno, que esquece os lápis, os casacos e os bonés, diz à mãe o seguinte:
- Porque ela contou tudo aquilo sem chorar. Eu vi nos olhos dela que ela estava quase, mas não chorou.

Adoro minha profissão!
Amo meus alunos!
Cresço com eles!
Fortaleço-me com eles!

sábado, 16 de outubro de 2010

Da minha janela...

O que vejo da janela do meu local de trabalho?

Vejo memórias de momentos maravilhosos!Vejo pessoas únicas que são amigas únicas!

Vejo o desejo de ter o poder de congelar os momentos.

Vejo que a verdadeira amizade não se desfaz com a distância.

Vejo que um oceano é nada, comparado com o sentimento sincero de querer o bem do outro.

Vejo, também, que sou feliz por ter certas pessoas em meu coração, por ter a profissão que tenho

e que me proporciona momentos únicos, inesquecivéis;

como aqueles momentos passados naquela Serra de Sintra.

E vocês? O que vêem?

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Selos

Recebi do Miguel este colorido selo, a lembrar uma já saudosa Primavera. As regras a ele inerentes são:
1- Citar 10 coisas que amo:
Meus Pais (estejam onde estiverem)
Meu marido
Aqueles Amigos Especiais
Meus animais
Ler
Passear
Minha profissão
Por do sol
Nascer do sol
Meus companheiros de blogs

2- Passar este selo a 10 outros blogues.

E recebi este do Pepi;
E vou passá-los para 10 blogues (isto é que é difícil):
Para lá das lentes
Diário de Bordo
Olhos Dourados
Comprender e Evoluir
Rutha
Só te peço 5 minutos
Lidacoelho
Peso dos Sentidos
Margarida e os Animais
Pequenos Detalhes

Fico sempre emocionada por ser lembrada com esses mimos. Obrigada.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Dia Mundial do Professor


Hoje, 5 de outubro, as Nações Unidas celebram o Dia Mundial do Professor, cujo tema de 2010 é "Recuperação Começa com Professores".

domingo, 3 de outubro de 2010

Pense nisso...

Quando você abandona um cão porque já “não lhe serve”, seus filhos aprendem a lição. Talvez façam o mesmo quando você ficar velho.

sábado, 2 de outubro de 2010

Que vergonha!!!!



Hoje, assim que meu marido chegou do trabalho, implorei que levássemos o nosso Tejo ao veterinário. É claro que ele concordou (apesar de estar super cansado).
Chegámos ao consultório, esperámos a nossa vez e lá vem a doutora, acompanhada de outro doutor (para a vergonha ser maior).
A doutora perguntou se o Tejo já tinha ficha, pesou-o, pensando que estava na altura das vacinas.
Então, eu falei da minha grande preocupação: o Tejo tinha uns"caroços" na patas dianteiras!
Reação dos doutores: "São calos! Absolutamente normal! Mas que donos tão preocupados!"
Pois é. Eram SÓ calos!!!
Resolvi que devíamos sair, rapidinho, do consultório pois não sabia onde "enfiar a cara".
Qual o lado feliz desta história?
- O Tejo está bem!

domingo, 26 de setembro de 2010

Amarantine

Amor é amor.

sábado, 25 de setembro de 2010

Outono

Por estes lados, chegou o Outono.
Apesar de alguns estudos, relacionarem o Outono com pessimismos, depressões, tristezas; para mim, gosto de ver as ruas cobertas de folhas secas.
Gosto de ver as árvores com folhas de diversas cores.
Gosto daquele friozinho de final de tarde.
Começa aquela sensação de aconchego.
A única tristeza que sinto é quando vejo a partida das andorinhas, minhas hóspedes.
Mas elas voltarão, na próxima Primavera.
Seria bom que tivessemos sempre certezas...

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Qual é a escola dos seus sonhos?

“Qual é a escola dos seus sonhos? Para mim, é a escola que educa os jovens para extraírem força da fragilidade, segurança da terra do medo, esperança da desolação, sorriso das lágrimas e sabedoria dos fracassos.
A escola dos meus sonhos une a seriedade de um executivo à alegria de um palhaço, a força da lógica à singeleza do amor. Na escola dos meus sonhos cada criança é uma jóia única no teatro da existência, mais importante que todo o dinheiro do mundo. Nela, os professores e os alunos escrevem uma belíssima história, são jardineiros que fazem da sala de aula um canteiro de pensadores.” (Augusto Cury; in Pais Brilhantes, Professores Fascinantes)
Por estas bandas, está a começar um novo ano letivo. E com ele, renova-se a vontade de "construir" a escola dos meus sonhos.
Na escola dos meus sonhos, não há a preocupação com números, mas, sim, com pessoas.
E pessoas têm sentimentos, desejos.

domingo, 5 de setembro de 2010

"Meu Mundo e Nada Mais" - Guilherme Arantes

Tive contacto com este tema em 1976. Desde essa altura, houve muitos momentos em que me sentia assim. Vi tudo mudar. Não sabia se ainda ia sorrir. Dava tudo para esquecer. Dava tudo por meu mundinho e nada mais. Hoje, apesar de tudo, sei que sempre chegará o tempo de sorrir e que não vale a pena esquecer, pois tudo faz parte do nosso "mundo" e sem o nosso "mundo", não somos nada. Mas ainda gosto muito de ouvir esta canção...


Quando eu fui ferido
Vi tudo mudar
Das verdades
Que eu sabia...
Só sobraram restos
Que eu não esqueci
Toda aquela paz
Que eu tinha...
Eu que tinha tudo
Hoje estou mudo
Estou mudado
À meia-noite, à meia luz
Pensando!
Daria tudo, por um modo
De esquecer...
Eu queria tanto
Estar no escuro do meu quarto
À meia-noite, à meia luz
Sonhando!
Daria tudo, por meu mundo
E nada mais...
Não estou bem certo
Que ainda vou sorrir
Sem um travo de amargura...
Como ser mais livre
Como ser capaz
De enxergar um novo dia...
Eu que tinha tudo
Hoje estou mudo
Estou mudado
À meia-noite, à meia luz
Pensando!
Daria tudo, por um modo
De esquecer...
Eu queria tanto
Estar no escuro do meu quarto
À meia-noite, à meia luz
Sonhando!
Daria tudo, por meu mundo
E nada mais...

sábado, 4 de setembro de 2010

É revoltante!

Ao entrar num supermercado, reparei num grupo que estava a divulgar o trabalho que desenvolve a apoiar animais abandonados. Para além de se darem a conhecer, solicitavam qualquer ajuda para esses seres indefesos: ração, produtos para higiene, mantas, camas, donativos para pagar as despesas de veterinário, etc. Também divulgavam fotos de cães que poderiam ser adoptados. E olhando para as fotos, é fácil verificar a estupidez, a ignôrância e a maldade de certas pessoas: todas as fotos eram de cães adultos e GRANDES.
Será que as pessoas não pensam que aquele cachorrinho fofinho, pequenininho, não é nenhum bonsai? O cachorrinho vai crescer e terá inúmeras necessidades que terão que ser sanadas por nós: humanos.
Mas, se calhar, é aqui que está o X da questão: quem cuida, com todo o respeito, desses cães e gatos, é Humano.
Aqueles que desprezam e abandonam cães e gatos são ... umas bestas.
(O cão da foto é o MEU cachorrinho que cresceu muito e que desejo que continue a "crescer" na nossa vida.)

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Amanhã

Voltei!


Voltei meio triste e meio feliz.
Feliz porque passei dias maravilhosos com duas grandes amigas que vivem no Brasil.
Minhas amigas estiveram em nossa casa e andámos por este nosso Portugal tão pequeno em território e tão Grande em História e estórias.
Triste porque elas já voltaram para o país delas.
Ficou um vazio…
As despedidas deviam ser proibidas e banidas da face da Terra.

sábado, 14 de agosto de 2010

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Tortura!!!



Pronto, a "faxina geral" já acabou e, realmente, como já escreveram nos comentários, dá um imenso prazer ver a nossa casa arrumadinha, lindinha, apesar de muito simples.
Até os cães não escaparam: tomaram um bom banho. Desta vez, nem reclamaram pois o calor é imenso.
Depois de toda a trabalheira (e de adiar três vezes), lá fui ao dentista para arrancar um dente que já não cumpria a sua missão, apesar de não causar dores.
Eu tenho um imenso respeito pelos Dentistas e, felizmente, fui a uma que tem "mãos de fadas" mas ODEIO AQUELA CADEIRA, ODEIO AQUELES BARULHOS, ODEIO AQUELA POSIÇÃO EM QUE FICAMOS.
Parece que fiquei uma eternidade naquela cadeira (mas acho que não chegou a 20 minutos), e lá deixei o que restava de um dente, mas trouxe um mal estar, uma sensação de inchaço, um enjôo, uma dor e uns pontinhos que terão que ser retirados. O que quer dizer, que vou ter que voltar a sentar naquela TORTURANTE cadeia!
Enfim... lá terá que ser!
Anda fazendo muito calor e nem apetece ficar no computador muito tempo, por isso não tenho ido visitar os meus "Companheiros de Pensamentos".
De qualquer forma, agradeço demais os vossos comentários, as lindas palavras, as vossas visitas e podem contar que logo que este calor abrandar, voltarei a "passear" pelos vossos espaços, pois isso muito me agrada.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Que férias trabalhosas!


Nossa! Que canseira!
De férias do trabalho de fora de casa, mas com muito trabalho dentro de casa.
E tendo a sorte de ter um marido que arregaça as mangas, aproveito o facto de ele também estar de férias do trabalho "de fora de casa".
Sim, só "de fora" porque cá "dentro" de casa... uma "faxina" geral!!! Mas está valendo a pena!
Bem; e o que se joga fora, não? Guardamos tantas coisas... para quê? Limpeza geral!
Até os nossos câes andam meio tontos! Com tudo isto... estamos partidinhos!!!

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Bodas de Lã - 7 anos

Há bodas para todos os anos, pelos vistos...
E, graças a isso, hoje completo Bodas de Lã (ou de Latão).
Prefiro de "Lã", pois a lã aconchega, aquece e é fofinha.
Ao completar 7 anos de casamento, meu marido disse:
-"Parece que já passou bem mais do que 7 anos!"
E eu perguntei, curiosa:
-"E isso é bom ou mau?"
E ele, com a calma própria que possui:
-"Acho bom! Parece que já foi há mais tempo
por tudo o que já passámos."
É verdade!
Já partilhámos grandes tristezas.
Talvez, por isso, aprendemos, juntos,
a seguir em frente
e a valorizar a Vida!
E, exactamente, por esta razão,
comemoramos cada ano como
uma Boda Especial!

terça-feira, 27 de julho de 2010

Miminhos

Agora com um bocadinho mais de tempo, venho actualizar e repartir os miminhos que recebi.
Recebi estes selos tão fofos de uma constante companheira, Verena, do blog Bichinhos Amados.


As regrinhas são passar para 5 blogs que amamos(só cinco!!!!! é complicado, pois amo todos...) , e os selinhos vão para:

http://sotepeco5minutos.blogspot.com/
http://paraladaslentes.blogspot.com/
http://valentinarosin.blogspot.com/
http://perolamarinhadois.blogspot.com/
http://conversasdaquiedali.blogspot.com/

Com o Prémio Dardos se reconhece os valores que cada blogueiro mostra cada dia no seu empenho por transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais etc., que, em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, entre suas palavras.

Recebi este selo de Ane Montarroyos, autora do blog Lacunas do Tempo, de EC, do blog Pontos de Vista e de Márcia, do Vitrine de Prata. E,

Ane também ofertou-me este selo.
Devo, então, responder a algumas perguntas e indicar 10 blogs para recebê-los.
Primeiramente, as perguntas e respostas:
1 - Por que acho que mereci o prêmio?
Porque procuro transmitir o que realmente penso, sinto.
2- Na minha opinião, qual post do blog é o que mais merece receber este selo?
O que fala dos meus pais.
3 - Do blog que me indicou, o que mais me agrada? Ele mereceu este prêmio?
O que mais me agrada no Lacunas do Tempo, no Pontos de Vista e no Vitrine de Prata?
TUDO! É claro que mereceram!
Abaixo, os blogs que indico (de forma, completamente, aleatória), apesar de saber que alguns já o receberam:
http://pudimeafins.blogspot.com/
http://sonhosdeumprofessor.blogspot.com/
http://diariodebordo-diaadia.blogspot.com/
http://ailhadaspalavras-alvarinhos.blogspot.com/
http://drfunkenstein-bigbird.blogspot.com/
http://pesodossentidos.blogspot.com/
http://jefhcardoso.blogspot.com/
http://rita-bueno.blogspot.com/
http://viverpuramagia.blogspot.com/
http://empensamentos03.blogspot.com/

Esta é a parte mais difícil, pois, para mim, todos os blogues que sigo merecem estes mimos...

Festa na Aldeia




Gosto de festas de aldeia.
Gosto de ver as pessoas envolvidas para tornar a aldeia mais bonita, enfeitada.
Gosto de ver os jovens envolvidos com toda a organização da festa.
Gosto destas tradições.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Até parece mentira!


Não, não abandonei este meu cantinho! Apenas ando às voltas com algumas tarefas (que até me dão prazer). Quero só agradecer todas as visitas, comentários e miminhos (em breve, coloco e cumpro as regras) que deixam neste meu cantinho.
Até já!

domingo, 18 de julho de 2010

Associação Protectora dos Animais do Cadaval

Roda Viva - Chico Buarque




Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu
A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega o destino pra lá
Roda mundo, roda-gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração
A gente vai contra a corrente
Até não poder resistir
Na volta do barco é que sente
O quanto deixou de cumprir
Faz tempo que a gente cultiva
A mais linda roseira que há
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a roseira pra lá
Roda mundo (etc.)
A roda da saia, a mulata
Não quer mais rodar, não senhor
Não posso fazer serenata
A roda de samba acabou
A gente toma a iniciativa
Viola na rua, a cantar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a viola pra lá
Roda mundo (etc.)
O samba, a viola, a roseira
Um dia a fogueira queimou
Foi tudo ilusão passageira
Que a brisa primeira levou
No peito a saudade cativa
Faz força pro tempo parar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a saudade pra lá


Visitei o blog da Regina Rosenbaum e RELI este poema que tem muito a ver, com alguns sentimentos que ocupam minha mente e meu coração.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Sr.Vinho

Escultura em ferro forjado, de Joana Vasconcelos,
intitulada "Sr. Vinho",
situada na praça do Mercado Municipal, de Torres Vedras,
em referência ao vinho produzido na Região Oeste.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Miminho

Recebi este selo da Laís, que muito agradeço, de coração.
Fui verificar quais as regras e aí vão:
- Dizer uma coisa que me deixa feliz:
Ter bons e grandes amigos.
- Dizer uma coisa que me deixa triste:
A hipocrisia.
Indicar 10 mulheres fabulosas.
(Esta é a parte mais difícil pois acho todas fabulosas, mas continuo a tentar não repetir muito, para mimar todas.)
8) São = http://mariaconceicaobanza.blogspot.com/
9) Pérola = http://perolamarinhadois.blogspot.com/

domingo, 11 de julho de 2010

Memórias geram memórias - 2

Ainda fazendo referência ao belo texto escrito por Carlos Albuquerque, sobre as Memórias de Luanda, e continuando a ir ao meu baú de saudades, relembro o marido da Ana. Não me lembro ao certo mas acho que primeiro tivemos contacto com o Castelo e depois com a Ana. Sei que só passado um tempo é que soubemos que eram casados.
“Aqueles homens altos de músculos desenhados, salpicados por gotículas de mar, que ali estão, são pescadores.”
Castelo era pescador e vivia numa comunidade de pescadores (pequena aldeia) na praia, perto da nossa residência.
Assim que chegava do mar, começava logo a percorrer as casas, para vender o produto de seu trabalho.
Tínhamos mudado para aquele local, recentemente e, aos poucos, meus pais e eu íamos aprendendo os costumes da terra.
Castelo visitou as cinco casas, antes da nossa, apregoando e vendendo o seu peixe fresquinho, acabado de sair do mar.
Chegou à nossa casa. Minha mãe foi ver o peixe que restava, escolheu o que queria e perguntou o preço.
O pescador disse o preço, bem além do que se pagaria numa peixaria (era o costume pois as senhoras regateavam e o pescador ia baixando o preço até chegar ao preço real). Minha mãe não reclamou, não regateou, não pechinchou, apenas pagou, exactamente, o que ele pediu.
Castelo já se preparava para seguir seu caminho quando minha mãe perguntou-lhe o nome e disse-lhe:
- Sr. Castelo, eu sou assim, não gosto de regatear, não sei pechinchar, nunca vai ouvir-me a reclamar do preço. Sempre pagarei o preço que o senhor achar que o peixe merece. Boas vendas e até à próxima. Sabe, a minha filha adora peixe, portanto, sempre vou querer peixe. Tenha um bom dia.
(E minha mãe era mesmo assim.)
A partir daquele dia, quando o Castelo regressava da pesca, passava pelas cinco casas, sem parar em nenhuma, mesmo sendo chamado pelas donas-de-casa, e a elas respondia: - Primeiro, a MÃE!
Primeiro ia à nossa casa para que a minha mãe fosse a primeira a escolher o peixe que quisesse.
Muitas vezes minha mãe não concordava com o preço do peixe. Achava que valia mais do que ele pedia. Mas não reclamava. Pagava o que Castelo pedia. Mas depois, quando ele já se preparava para seguir seu caminho, entregava-lhe o restante dinheiro para completar o valor que achava ser o merecido, dizendo: - Sr. Castelo, está calor, tome umas cervejinhas!
Também houve muitas vezes em que o Castelo, antes de ir embora, tirava lá do fundo um saquinho com peixes miudinhos e, entregando à minha mãe, dizia: - MÃE, para a “menina”.
Meu pai sempre foi um amante do saber. Mas não só o saber que se encontra nos livros. Era um amante do saber do homem do campo, do homem do mar.
Meu pai gostava de pescar, apesar de nunca trazer o peixe para casa (ele tirava o anzol da boca do peixe, com cuidado, e eu devolvia-o ao mar.)
Ao saber da aldeia perto de casa, um dia foi visitá-la. Foi se chegando devagarinho, com respeito. Foi sendo aceito, devagarinho.
Gostava de observá-los a arranjar o peixe para secar.
Não havia longas conservas mas havia grandes lições de vida.
A confiança ia crescendo.
Meu pai começou a ser chamado de “O MAIS VELHO”.
Um dia, encheu-se de coragem e desatou a fazer perguntas:
- Por que me chamam de “MAIS VELHO”? Eu sou mais novo que todos vocês.
E o Castelo respondia, simplesmente: - Ora; és “O MAIS VELHO”!
Meu pai insistia:
- E por que chamam a minha mulher de “MÃE”? Todas as minhas vizinhas também são mães e vocês chamam-nas de “DONA”.
O Castelo olhava e, simplesmente, respondia: - Então, “MAIS VELHO”; ela é a “MÃE”; pronto.
Então, meu pai desistia, apenas aceitava e respeitava os seus silêncios…

sábado, 10 de julho de 2010

Memórias geram memórias

Ao ler as “Memórias” do Carlos Albuquerque, foram reavivadas as minhas.
Carlos escreveu:
“a fumar um cigarro enrolado com a parte acesa virada para dentro da boca, como fazia a lavadeira da minha casa enquanto esfregava a roupa com o filho dormitando agarrado às costas por um pano envolvendo-lhe o peito.”; e logo lembrei da “nossa” Ana.
Ana lavava a nossa roupa, pois a minha mãe tinha um desvio da coluna que sempre lhe provocou muitas dores e que se agravavam quando fazia esforços.
Lembro, perfeitamente, a primeira vez que a Ana começou a trabalhar lá em casa.
Era hábito, além do salário, fornecer o pequeno-almoço, o “mata-bicho”.
Naquela primeira manhã, Ana chegou e foi logo para o quintal, onde estava o tanque e a roupa para ser lavada.
Minha mãe preparou o pão com manteiga para mim e para a Ana, colocou o café com leite nas nossas canecas e chamou a Ana para tomar o pequeno-almoço. Ana entrou, pegou a caneca e o pão e voltou para o quintal. Olhei para a minha mãe, espantada. Então? A Ana? Minha mãe disse que, se calhar, devia ter ido fechar a torneira mas foi ver e viu a Ana a comer, sentada no chão.
Voltou a chamá-la para comer na sala de jantar. Minha mãe teve que insistir para que ela entrasse. Ana entrou e minha mãe disse para se sentar à mesa, para tomar o pequeno-almoço connosco.
Aí a Ana disse um redondo NÃO!
Lembro tão bem!
- Não, eu fico em pé e vocês sentadas.
Eu tinha 8 anos. Sem pensar duas vezes, levantei-me e disse: - Se Ana pode comer em pé, eu também posso; não é, mãe?
Minha mãe olhou-me com um olhar cúmplice, voltou-se para a Ana e, num tom baixo, disse-lhe: - Está a fazer com que minha filha me desobedeça!
Ana olhou-a muito séria. - Não. Não quero causar isso!
E, a partir dessa manhã, sempre que Ana vinha lavar a roupa, tomávamos o “mata-bicho” sentadas à mesa. Poucas conversas mas grande ternura.
Lembro do cigarro. Fazia-me uma aflição enorme ver aquilo. Certo dia, perguntei-lhe se dessa forma não doía, não queimava. Ela mostrou-me o céu-da-boca, dizendo: Agora já não dói, já estou acostumada.
Durante o tempo que a Ana trabalhou lá em casa, teve um filho, um lindo bebé que levava amarrado às costas e, desse jeito, trabalhava.
Minha mãe insistia para que colocasse o bebé nas nossas camas, para que não ficasse ao sol, ao calor, mas ela sempre dizia que não fazia mal, que sempre era assim nas outras casas, onde trabalhava.
Confesso que usei um pouco de chantagem emocional ao dizer-lhe que ela só não deixava porque não confiava em mim, por ser ainda uma criança. A Ana tinha um coração nobre, grande carácter, e para provar que confiava em mim e na minha mãe, deitou seu filho na minha cama.
Ele era lindo! Tão rechonchudo! Fiquei encantada a olhá-lo e minha mãe reparou que os olhos de Ana encheram-se de lágrimas, de comoção. Mais tarde, quando já tinha mais uns aninhos, percebi o porquê dessas lágrimas: a convivência entre os seres humanos podia ser sempre assim…
Não tenho nenhuma foto da Ana, nem do marido Castelo, nem do filhote. E porquê? – Foto, não! Rouba-nos a alma!

Tejo Paciente... até quando?


(Ok, dono, troxeste uma bolinha para mim.

Fiquei muito feliz, muito contente.

Gostaria muito de continuar a brincar com ela,

Eu já estou sentado, bem quietinho, bem comportado.

E agora?

Quando é que te resolves a dar-me a minha bolinha?)

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Não entendo... :(



Hoje, da janela da sala, enquanto estou a trabalhar no computador, ouço os sinos a tocar por quem já partiu. Nas aldeias de Portugal, ainda há esse costume; os sinos dobram quando alguém morre.
Aos poucos, pessoas chegam à igreja, para velar e depois acompanhar o cortejo fúnebre até ao cemitério.
E é aí, que eu não entendo...
Por quê as pessoas vão aos velórios?
Por quê as pessoas querem acompanhar o caixão até ao cemitério?
Meus pais diziam que era para sermos solidários na dor daqueles que eram mais próximos da pessoa que partiu e, na medida do possível, dar o nosso apoio, o nosso ombro, o nosso abraço, o nosso silêncio triste.
Mas não é isso que eu vejo. O que eu vejo, são pessoas chegando "numa boa", sorrindo, rindo, alegres porque já não viam o fulano e o beltrano há muito tempo, a perguntarem como têm passado, a falar da vitória da Espanha, etc. E como consigo perceber tudo isso da janela da minha sala? Tão simples! O convívio é tão efusivo que mais parece uma Festa de Aldeia.
Enquanto isso, dentro da igreja, há pessoas que sentem o peso enorme da tristeza, da solidão e, para mim, o peso da falta de respeito com a sua dor.
Não percebo! Se não estão solidários na dor, porque vão? Para fazer número?
Quantas vezes, meu pai estava em casa, a ouvir música no seu rádio, e, assim que ouvia o dobrar do sino, desligava, imediatamente, o rádio. Eu perguntava-lhe: "Mas o pai sabe quem morreu? Conhece?" E ele, olhava para mim, com uma cara de espanto, e respondia: "E interessa saber quem morreu, Ana Paula! Alguém morreu e, por isso, devemos respeitar a dor daqueles que o perderam. Se acontecesse contigo? Perderes alguém de quem gostavas, irias gostar de ouvir música ou pessoas rindo? É apenas uma questão de respeito, filha."
Uma questão de respeito.
Quando perdi meus pais, meus filhos, meus tios, assisti ao mesmo. Quando as pessoas vinham falar comigo, vinham cabisbaixo, mas assim que se afastavam... Sim, graças a Deus, tive muitas pessoas a meu lado, sempre solidárias com as minhas perdas; não só naqueles momentos, como depois.
Pessoas que me conhecem, dizem que sou radical, que devia ser mais complacente, pois bem. Prefiro continuar a "ouvir" o meu pai: "É uma questão de respeito!"
Portanto, no meu entender, se não é para ser solidário com a dor, por favor, não é preciso "fazer número".

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Cotidiano dos nossos professores...

(Recebi o seguinte texto de uma colega, por e-mail. Pode parecer anedótico mas, realmente, é o que vivemos nos dias de hoje.)

Faço projectos, planos, planificações;
Sou membro de assembleias, conselhos, reuniões;
Escrevo actas, relatórios e relações;
Faço inventários, requerimentos e requisições;
Escrevo actas, faço contactos e comunicações;
Consulto ordens de serviço, circulares, normativos e legislações;
Preencho impressos, grelhas, fichas e observações;
Faço regimentos, regulamentos, projectos, planos, planificações;
Faço cópias de tudo, dossiers, arquivos e encadernações;
Participo em actividades, eventos, festividades e acções;
Faço balanços, balancetes e tiro conclusões;
Apresento, relato, critico e envolvo-me em auto-avaliações;
Defino estratégias, critérios, objectivos e consecuções;
Leio, corrijo, aprovo, releio múltiplas redacções;
Informo-me, investigo, estudo, frequento formações;
Redijo ordens, participações e autorizações;
Lavro actas, escrevo, participo em reuniões;
E mais actas, planos, projectos e avaliações;
E reuniões e reuniões e mais reuniões!...

E depois ouço,
alunos, pais, coordenadores, directores, inspectores,
observadores, secretários de estado, a ministra
e, como se não bastasse, outros professores,
e a ministra!...

Elaboro, verifico, analiso, avalio, aprovo;
Assino, rubrico, sumario, sintetizo, informo;
Averiguo, estudo, consulto, concluo,
Coisas curriculares, disciplinares, departamentais,
Educativas, pedagógicas, comportamentais,
De comunidade, de grupo, de turma, individuais,
Particulares, sigilosas, públicas, gerais,
Internas, externas, locais, nacionais,
Anuais, mensais, semanais, diárias e ainda querem mais?
Querem que eu dê aulas!?...

(São as aulas que nos dão força para realizar isto tudo. É dentro de uma sala de aula, com os nossos alunos, que esquecemos toda esta burocracia. Desenvolvendo o trabalho, directamente com as minhas crianças, é que sinto orgulho de ser Professora.)

terça-feira, 6 de julho de 2010

"O Que É, O Que É?" - Gonzaguinha

Eu fico
Com a pureza
Da resposta das crianças
É a vida, é bonita
E é bonita...
Viver!
E não ter a vergonha
De ser feliz
Cantar e cantar e cantar
A beleza de ser
Um eterno aprendiz...
Ah meu Deus!
Eu sei, eu sei
Que a vida devia ser
Bem melhor e será
Mas isso não impede
Que eu repita
É bonita, é bonita
E é bonita...
E a vida!
E a vida o que é?
Diga lá, meu irmão
Ela é a batida
De um coração
Ela é uma doce ilusão
Hê! Hô!...
E a vida
Ela é maravilha
Ou é sofrimento?
Ela é alegria
Ou lamento?
O que é? O que é?
Meu irmão...
Há quem fale
Que a vida da gente
É um nada no mundo
É uma gota, é um tempo
Que nem dá um segundo...
Há quem fale
Que é um divino
Mistério profundo
É o sopro do criador
Numa atitude repleta de amor...
Você diz que é luxo e prazer
Ele diz que a vida é viver
Ela diz que melhor é morrer
Pois amada não é
E o verbo é sofrer...
Eu só sei que confio na moça
E na moça eu ponho a força da fé
Somos nós que fazemos a vida
Como der, ou puder, ou quiser...
Sempre desejada
Por mais que esteja errada
Ninguém quer a morte
Só saúde e sorte...
E a pergunta roda
E a cabeça agita
Eu fico com a pureza
Da resposta das crianças
É a vida, é bonita
E é bonita...

Após um ano, volto a colocar a mesma música. Nem me lembrava que já a tinha posto aqui. Acontece que aprendi que não devemos ter vergonha de ser feliz. Aprendi que devemos valorizar todas as "migalhas" de felicidade que nos caem no colo. Aprendi que, mesmo que muitas vezes esteja errada... é a Vida!

domingo, 4 de julho de 2010

Mercado Medieval - Óbidos





E ainda deu tempo para dar um pulinho ao Mercado Medieval, em Óbidos.
Acho esta vila linda, mas confesso que gosto mais de passear por suas ruas quando não há feiras...