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Companheiros de Pensamentos

sexta-feira, 21 de junho de 2013

BRAVA GENTE BRASILEIRA

 
Meu avô paterno participou da comissão que organizou a comemoração do centenário da independência do Brasil, em 1922, e, devido a isso, foi ao Brasil com a minha avó, por essa altura. Apaixonou-se de tal forma por aquele país que "foi ficando".
Meu pai era brasileiro. "Carioca da gema!"; como gostava de dizer pois tinha nascido no bairro do Botafogo, Rio de Janeiro.
Meu avô retornou, com a família, a Portugal porque seu pai tinha adoecido gravemente; não voltando mais ao Brasil.
Meu pai passou a ter dupla nacionalidade e meu avô sempre insistiu para que ele nunca esquecesse onde tinha nascido e vivido sua infância, ao ponto de meu pai ter se apresentado ao serviço militar nos dois países: Portugal e Brasil.
Após muitos anos e depois de muitas voltas que o destino nos prega, fui viver com meus pais para o Brasil.
Eu, "alfacinha da gema", filha de brasileiro, também passei a ter dupla nacionalidade. No Brasil, perante a Constituição Brasileira, era "brasileira nata" (até podia ser presidente de república, algo que era vetado aos "naturalizados").
A minha infância foi vivida em Portugal mas a minha adolescência, a minha juventude, o início da minha vida adulta, foi toda passada na Terra Adorada, entre outras mil.
Inúmeras vezes, constatei que as subidas dos preços ocorriam sempre em dois momentos: CARNAVAL e CAMPEONATOS DE FUTEBOL.
Nesses momentos, ninguém se importava com mais nada além da fantasia para desfilar na Escola de Samba ou torcer nos estádios de futebol.
Bastava haver SAMBA, CERVEJA E FUTEBOL que tudo estava bem.
Em casa ou em tertúlias, discutia-se como era possível que esse povo não tivesse plena consciência da imensa riqueza que o Brasil possui: natureza, minérios, ouro, agricultura, clima, recursos hídricos, enfim... tudo; porém com um povo facilmente manipulável...
Mas HOJE...quando vejo, nos jornais, que o POVO brasileiro não quer estádios mas, SIM, escolas, hospitais,... sinto um desejo enorme de colocar o HINO DA INDEPENDÊNCIA do Brasil, com melodia de D. Pedro I, do Brasil (D. Pedro IV, de Portugal):
 
Já podeis, da Pátria filhos,
Ver contente a mãe gentil;
Já raiou a liberdade
No horizonte do Brasil.

Brava gente brasileira!
Longe vá... temor servil:
Ou ficar a pátria livre
Ou morrer pelo Brasil.

Os grilhões que nos forjava
Da perfídia astuto ardil...
Houve mão mais poderosa:
Zombou deles o Brasil.

Brava gente brasileira!
Longe vá... temor servil:
Ou ficar a pátria livre
Ou morrer pelo Brasil.

Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil;
Vossos peitos, vossos braços
São muralhas do Brasil.

Brava gente brasileira!
Longe vá... temor servil:
Ou ficar a pátria livre
Ou morrer pelo Brasil.

Parabéns, ó brasileiro,
Já, com garbo juvenil,
Do universo entre as nações
Resplandece a do Brasil.

Brava gente brasileira!
Longe vá... temor servil:
Ou ficar a pátria livre
Ou morrer pelo Brasil.
 

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Ana Moura - Desfado



Quer o destino que eu não creia no destino
E o meu fado é nem ter fado nenhum
Cantá-lo bem sem sequer o ter sentido
Senti-lo como ninguém, mas não ter sentido algum

Ai que tristeza, esta minha alegria
Ai que alegria, esta tão grande tristeza
Esperar que um dia eu não espere mais um dia
Por aquele que nunca vem e que aqui esteve presente

Ai que saudade
Que eu tenho de ter saudade
Saudades de ter alguém
Que aqui está e não existe
Sentir-me triste
Só por me sentir tão bem
E alegre sentir-me bem
Só por eu andar tão triste

Ai se eu pudesse não cantar "ai se eu pudesse"
E lamentasse não ter mais nenhum lamento
Talvez ouvisse no silêncio que fizesse
Uma voz que fosse minha cantar alguém cá dentro

Ai que desgraça esta sorte que me assiste
Ai mas que sorte eu viver tão desgraçada
Na incerteza que nada mais certo existe
Além da grande incerteza de não estar certa de nada


(Até poderia ser o MEU desfado...)

terça-feira, 18 de junho de 2013

Esclarecimento

(imagem da net)
amiga da onça levantou uma dúvida sobre o meu nome.
Afinal, sou Ana Paula ou Rosa Carioca?
Chamo-me Ana Paula.
"Rosa Carioca" é uma forma de homenagem, como está esclarecido aqui.

Andorinhas

Não foi um ano escolar nada fácil. Uma turma com dois anos de escolaridade (3º e 4º); a preocupação de realizar uma boa preparação para as provas finais (4º ano), uma pedagogia diferenciada para o aluno com necessidades educativas especiais, o desenvolvimento dos conteúdos inerentes ao 3º ano, sem descurar todo o envolvimento pessoal e afetivo com os alunos…
Apesar do ano letivo ter chegado ao fim… ainda há muita coisa pela frente: relatórios, análises de resultados, exames, acompanhamento extraordinário, reuniões, reuniões e reuniões…
E depois?
Depois… continua a angústia, a incerteza, a frustração, o receio do que ainda pode vir por aí.
Procuro encontrar serenidade nas “minhas” agitadas andorinhas.
Quando retornam ao fim de um ano de ausência, encontram sua “casa” completamente destruída e, de imediato, põem “asas” à obra e a reconstroem entre os poucos dias de sol que eram interrompidos por tantos dias de chuva que esta nossa primavera trouxe.
Assim que a “casa” está acabada, a família instala-se e prepara-se para cuidar dos novos filhotes.
Passam os dias num verdadeiro carrossel em voos rasantes, terminando-os em calmas “conversas” ao por do sol.
E assim tudo acontece até ao fim do verão, quando partem para outras terras, sem terem a certeza de que, ao retornarem, encontrarão a sua “casa” tal e qual como a estão a deixar…
Pois é… apenas incertezas ou será certezas?
Certezas de que amanhã será um outro dia.
Melhor ou pior?
Não importa.
Importa que haja o nascimento de um novo dia.