GUGA |
Numa altura em que
surgiram algumas notícias sobre “cães perigosos”, gostava de dizer algo sobre a
“Guga”.
“Guga” era uma cadela, da raça Rottweiler, uma raça considerada
perigosa que pertencia a uma prima.
Sempre que visitava a
minha prima, eu seguia sempre o mesmo ritual que adopto quando entro em casas
que tenham cães (sejam de que tamanho forem), o qual consiste, simplesmente, em
“dar um tempo ao cão”. Um tempo para ele aproximar-se de mim, cheirar-me,
começar a perceber que não faço mal a nenhum membro da “sua” família.
Depois desse tempo,
começavam as festinhas, as brincadeiras e os “abusos” (sempre consentidos por
mim).
Provocava a “Guga”, batendo com as mãos no meu peito,
para que ela ficasse em pé, nas patas traseiras, enquanto se apoiava com as patas
dianteiras na minha cintura. Esta brincadeira, a “Guga” só fazia a mim, à dona e a mais uma pessoa.
Os “abusos”
aconteciam quando sentava-me no sofá para conversar com a minha prima. A “Guga” ia-se aproximando, devagarinho,
colocava o focinho na minha perna; depois uma pata; a seguir outra; tudo bem
devagar, até estar com todo o seu corpo (nada pequeno) no meu colo.
E a “Guga” era assim! Brincalhona, paciente
com as filhas de minha prima.
Mas o mais curioso, e
o que gosto de salientar, foi o seu comportamento numa certa visita à minha
prima.
Entrei na casa,
seguiu-se o ritual e lá vou eu, como gostava de fazer, provocar a “Guga” para ficar em pé. Só que ela não
se ergueu nas patas de trás.
Insisti, ela ameaça
erguer-se mas … senta-se à minha frente. Insisto mais uma vez e ela permaneça
sentada. Perguntei à minha prima o que ela tinha, ao que ela respondeu que não
sabia. Aí… minha mãe, com toda a sua sensibilidade, respondeu:
- Então, filha, estás
grávida! Ela não quer te magoar.
Minha prima e eu
olhámo-nos, duvidosas. Será? Talvez… Pode ser…
Sentámo-nos no sofá
para uma amena conversa e a “Guga”,
como sempre fazia, foi-se aproximando de mim, bem devagarinho; colocou o
focinho na minha perna e… SÓ.
Naquela tarde, apenas
ficou pelo focinho. Estava confirmado: ela não queria magoar-me; apesar da minha
gravidez, na altura, contar APENAS 3 meses.
A gravidez seguiu o
seu curso. O tempo passou.
Quando retornei à
casa da minha prima, já depois de uns largos meses, quis fazer o teste e lá vou
eu provocar a “Guga”. Será que ela
aceita a provocação e “abraça-me” pela cintura? Claro que sim e sem hesitação.
Pois é. Aquela
cadela, era tão PERIGOSA, que teve a sensibilidade de perceber que dentro de
mim, havia mais alguém que precisava de cuidados.
PERIGOSA? De forma
nenhuma. Muito pelo contrário: meiga, paciente, inteligente, brincalhona,
cuidadosa, sensível.
Não há RAÇAS
PERIGOSAS. Há DONOS PERIGOSOS.
12 comentários:
Essa também é a minha teoria, Rosa. Alguns cães funcionam como armas para os seus proprietários e creio que os cães também sentem isso.
Eu adorei e me emocionei com o post. Os animais percebem nossas emoções e nos respeitam muito. Eu sempre entro nas casas que têm cachorros em silêncio deixando que os cães me cheirem e aceitem e sempre fui bem recebida, até mesmo pelos cães grandes. Eu também acho que tudo depende do carinho e dedicação dos donos! A Guga é linda!
Beijos
Laís
Perigosos são os humanos, quase sempre desumanos!
Linda partilha, Aninha!
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Beijocas, muitas!
Bom dia amada !!!!
Post muito instigante que nos faz sentir os mesmos sentimentos dos animais...
bjssssssssssssssssssss
Minha amiga,
O assunto tem pano para muitas mangas.
A perigosidade de um animal existe sempre, seja qual for o animal de que falemos... reacção, gera reacção.
Há cães perigosos em terminadas circunstancias, sendo que as diferentes formas e códigos de comunicação com outros animais são uma delas.
Há donos perigosos, conscientemente perigosos, que usam outros animais ( também os cães ) para se revelarem mais perigosos ainda.
Há quem não saiba nada disto... nem de comunicação, sensibilidade ou instinto dos cães, nem da perigosidade dos donos. Para esses, sim... tudo isto é muito perigoso.
Mas não são os cães que têm culpa, ai isso não são.
Um beijinho
Concordo com o final,mas tenho que confessar que apesar de adorar cães (e ter um "neto" poodle) tenho medo de certas raças...DOBERMAN então? Nem te conto...trauma de outras vidas...quando perseguiam povos.
Beijuuss n.a.
Boa noite minha querida amiga Rosa Carioca. Ufa, quanto tempo sem vir até aqui... coisas da net... ou melhor... da falta dela... mas tudo bem, não esquento a cabeça não... viver é muito mais do que uma internet né? Belo texto, os cães realmente sentem muito mais do que nós... ainda dizem que são animais irracionais... ora... só não conseguem falar... mas com o tempo a gente aprende a conhecer e amar esses animais com todo e o maior AMOR do mundo. Foi bom vir até aqui e matar a saudades. Um grande beijo, fique com DEUS, tenha uma ótima e abençoada semana.
De acordo amiga Rosa, perigosos são os donos que os incitam a ter comportamentos agressivos.
Uma cadela muito sensível e linda!
beijinhos
Vacanze finite per me!! Spero che le tue vacanze siano state belle come le mie! un abbraccio...ciao
Querida amiga Rosa,
Me emocionei com a sua postagem
É isso aí...perigosos e insensíveis são certos humanos, não?
Um beijo carinhoso para ti e uma boa noite
Afagos para Tejo e Kibom
Com Carinho de
Verena e Bichinhos
Querida amiga
É verdade.
Cada pessoa
inspira o animal
que lhe acompanha
a vida,
para o bem ou
para o mal.
Que suas palavras
encantem o mundo.
Ora bem! Uma das minhas cunhadas teve, durante anos, uma cadela (cadelona...) dessa raça que foi sempre a maior querida para os meus sobrinhos, especialmente a mais nova. Nunca atacou ninguém, nem perto disso.
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