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Companheiros de Pensamentos

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Era uma vez...


Era uma vez duas abelhinhas: a “abelhinha mais velha” e a “abelhinha mais nova”.
Eram muito amigas e gostavam muito de conversar. Muitas vezes, a “abelhinha mais nova” desabafava com a “abelhinha mais velha” e esta tentava ajudá-la dando algumas sugestões para que a “abelhinha mais nova” pudesse melhorar seu astral.
A “abelhinha mais velha” não vivia numa colmeia grande, nem seguia a moda; praticamente, vivia com o que a natureza lhe oferecia. Já tinha vivido em outras regiões, já tinha conhecido muitas abelhas, e também já tinha perdido algumas abelhas mais sábias que sempre a ajudaram a enfrentar situações menos boas. Agora, vivendo nesta colmeia, já conhecia outras abelhas, cada uma diferente da outra, pois não há duas abelhas iguais; mas tinha um afecto especial por esta “abelhinha mais nova”. Apesar de ter muitas amizades entre as abelhas conhecidas, estava sempre preocupada com esta “abelhinha mais nova”, não por ser frágil, porque não era, mas porque era especial.
Porém havia algo que deixava a “abelhinha mais velha”, um bocado triste; que era o seguinte. Sempre que a “abelhinha mais nova” estava de baixo astral, procurava a “abelhinha mais velha” para ouvir o que esta tinha a dizer-lhe.
A “abelhinha mais nova” sempre ouvia com muita atenção tudo o que ela dizia mas… o que realmente deixava a “abelhinha mais velha” triste é que, passado algum tempo, a “abelhinha mais nova” chegava toda contente, falando que a abelha “x”, aquela que vivia numa colmeia grande e que estava sempre na moda, disse algo MUITO INTERESSANTE e… era exactamente o que a “abelha mais velha” tinha dito naquela altura de baixo astral!
Também havia outras alturas, em que a “abelha mais velha” sugeria algumas idas a certas colmeias vizinhas e a “abelha mais nova” dizia que não seria interessante mas… passado algum tempo… vinha contar à “abelha mais velha” que tinha ido passear com a abelha “y”, aquela que tinha uma colmeia com vista para o mar, a certas colmeias MUITO INTERESSANTES.
A “abelhinha mais velha” foi-se acostumando a estas situações mas, às vezes, parava para reflectir e, num certo dia, estava a escrever as suas reflexões numas pétalas de uma violeta, onde tinha pousado.
Quando terminou de escrever, a violeta falou-lhe:
“És uma tonta! Não entendo porque ficas triste. O que é mais importante? Não é fazeres esse alimento tão rico: o mel? Então, faz o que realmente é importante. Não importa como cada um usa o teu mel, pois ele sempre fará bem.”
A “abelhinha mais velha” ainda estava a pensar no que tinha dito a violeta, quando chegou a “abelhinha mais nova” e pôs-se a ler o que estava escrito nas pétalas. Conforme ia lendo, foi ficando toda preocupada pois começou a perceber que, o que estava escrito, dizia respeito a ela, e ela não fazia ideia que deixava a sua amiga tão triste, mas, rapidamente, a “abelhinha mais velha” tranquilizou-a, dizendo:
“Eu conheço-te muito bem e, apesar disso, continuo a gostar muito de ti e sempre estarei aqui, na minha colmeia, sempre pronta para te ouvir e ajudar no que puder, porque ADORO-TE e SEMPRE SERÁS MUITO ESPECIAL PARA MIM.”

2 comentários:

Telma Miranda disse...

A Amizade verdadeira devia ser desinteressada. Mas a realidade é muitas das vezes bem diferente.
O conselho de alguém mais velho e mais sábio, é tão importante... que em muitos casos só o reconhecemos tarde demais! Por isso, devemos ter sempre em atenção a forma como "utilizamos" as nossas amizades. Porque estamos sempre a tempo de reconhecer os nossos erros e com gestos por vezes tão simples fazer os nossos amigos sentirem-se tão importantes e as suas palavras e atitudes os mais acertados do mundo. Porque no fundo desejamos sempre que mesmo em alturas difíceis, as amizades desinteressadas sejam mesmo para sempre e para qualquer ocasião e circunstância.

Rosa Carioca disse...

Pois é, "priminha".