Para mim, o ano termina com uma triste notícia:
Faleceu neste sábado a professora Conceição Neves Gmeiner, professora de História da Filosofia na Universidade Católica de Santos (cidade do Estado de São Paulo, Brasil), onde ocupou, por dois mandatos, o cargo de Vice-reitora acadêmica. Ela lecionava também Filosofia na Faculdade de Direito da Universidade Santa Cecília.
Era mestre em Filosofia da Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e doutora em Filosofia Moderna pela Universidade de São Paulo. Era membro da Academia Santista de Letras da qual foi Presidente e do Instituto Histórico e Geográfico de Santos. Atualmente era vice-presidente do Instituto.
Era mestre em Filosofia da Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e doutora em Filosofia Moderna pela Universidade de São Paulo. Era membro da Academia Santista de Letras da qual foi Presidente e do Instituto Histórico e Geográfico de Santos. Atualmente era vice-presidente do Instituto.
Já tinha colocado aqui um texto sobre alguns Professores que tive, do qual vou transcrever o que se referia a esta Senhora Professora:
"... há uma Professora que sempre se destacou para mim: Professora Doutora Conceição Neves Gmeiner.
Destacou-se pela sua enorme cultura, grande sabedoria e pela grande Pedagoga que é.
Ensinou-me que o fato de ser autoridade não tem nada a ver com ser autoritária.
Ensinou-me que a verdadeira Professora conhece, a fundo, seus alunos e deve ter o cuidado de direccionar suas aulas para TODOS eles.
Ensinou-me que o bom humor deve estar presente nas aulas mas que não deve ser vulgar.
Ensinou-me que nós somos o que pensamos.
Ensinou-me que a discussão é enriquecedora quando baseada em argumentos válidos.
Ensinou-me que sempre devemos reflectir no que queremos, realmente, para nossas vidas.
Ensinou-me que, na vida, há sempre prioridades e devemos saber classificá-las.
Ensinou-me que a verdadeira Professora toma conhecimento dos problemas de seus alunos (quaisquer que sejam) e tenta apontar para possíveis soluções.
Lembro quando ela obteve o seu Doutoramento em Filosofia com nota máxima e menção honrosa.
Nós, enquanto alunas, ficámos a saber, não por ela... e quando ela apresentou-se para a aula, nós dissemos-lhe: "- Agora temos que passar a tratá-la por Doutora!"
E ela, parou imediatamente na entrada da sala de aula, virou-se para nós e disse: "- Antes de ser Doutora, fui, sou e sempre serei Professora."
Uma Professora que deixou-me uma profunda marca."
Sim, deixa uma grande marca.
Foi minha Professora nas disciplinas de Filosofia da Educação e História da Educação.
O primeiro dia de aula que tive com ela coincidiu em ser o primeiro dia das aulas na faculdade. Ela inicia a sua aula, dando-nos o cronograma com as datas para a entrega dos trabalhos a realizar e a lista dos livros a ler, naquele ano, nas duas disciplinas: 22. Exatamente, apenas 22 livros para ler; e só para citar um exemplo: Odisseia, de Homero. (E não adiantava procurar "resumos", pois ela abordava TODO o livro.
Sim, para ela, o estudo não era brincadeira.
O curso de Pedagogia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, da Universidade Católica de Santos era para formar PEDAGOGOS. Não era um curso para aqueles que "apenas" queriam um curso superior. Não.
Era um Curso exigente, trabalhoso, árduo e ela levava isso bem a sério, bem como fazia com que nós também o levássemos. (Só uma nota: o curso iniciou com 61 alunos e terminou, 4 anos após, com 22.)
Era uma excelente Professora. Exigia o máximo de nós, pois sabia do potencial que tínhamos para desenvolver.
Não tinha paciência para a irresponsabilidade, para a falta de empenho ou para o desrespeito. Simplesmente, não perdia tempo com isso.
Conhecia bem os seus alunos. Sabia "tocá-los".
Deixa muitas saudades... mas o seu exemplo é inesquecível.
(imagem tirada da net) |