- Papá, o que vais
oferecer-me no Natal? – pergunta a menininha, ansiosa pela resposta, saltitando
ao redor do pai.
- Oferecer-te no Natal? Mas
é o teu aniversário? – responde o seu pai, com a intenção de proporcionar mais
uma lição para a vida da sua pequena.
- Não, mas é o aniversário
do Menino Jesus! – retruca, prontamente, sem parar de saltitar.
- Exatamente, é o
aniversário do Menino Jesus; portanto, é Ele que deve receber os presentes, não
achas?
A menininha, ao ser
questionada, fica um pouco pensativa e resolve verbalizar os seus pensamentos.
- Mas, papá, como vamos dar
presentes ao Menino Jesus e como saber o que oferecer?
- É simples! Quando fazes
anos, o que costumas receber?
- Vocês adivinham sempre o
que eu gosto e é isso que eu recebo: livros, peluches… vocês acertam sempre! –
os olhos da pequena brilham ao lembrar os seus presentes oferecidos nos
aniversários.
- O que achas que deixaria
feliz o Menino Jesus? – o pai continua provocando a sua filhota para que
reflita, apesar da tenra idade.
Ela senta-se bem próxima ao
seu pai e faz uma pausa, olhando para o presépio montado, todos os Natais, na sua
casa. Depois, fixa o olhar no seu pai e responde sem muitas certezas:
- Acho que Ele gostaria de
receber boas ações de todas as pessoas.
- Boas ações? Como assim? –
instiga o pai.
- Então… por exemplo: eu
podia ser mais obediente a vocês, ajudar mais em casa (sem reclamar), ser uma
boa colega para todos os meus colegas, ser sempre educada e respeitadora para
todas as pessoas. Acho que o Menino Jesus ficaria feliz com estas minhas
atitudes.
- Tens razão, seriam ótimos
presentes! E as pessoas crescidas? Que presentes poderiam oferecer-Lhe?
- As pessoas crescidas? Bem,
deixa pensar… Eu acho que um presente que o Menino Jesus gostaria muito de receber
das pessoas crescidas, é que não fizessem mal. Não fizessem mal aos animais, à
natureza, às crianças, às mulheres… enfim, que se preocupassem a fazer o bem.
Papá, eu acho que se todas as pessoas crescidas fizessem o bem, as guerras
acabavam; não é?
- Tens toda a razão! As
guerras acabavam e seriam ótimos presentes, minha filha. – o pai está feliz
pela reflexão da sua pequena.
A menininha levanta-se toda
feliz por, afinal, não haver motivos para as suas incertezas e prepara-se para
ir entreter-se com os seus brinquedos mas, de repente, para e, voltando-se para
o seu pai, lança a seguinte questão:
- Papá, vocês não esperam o
meu aniversário para darem-me presentes. Quando encontram algo que sabem que eu
gostaria de ter e, se podem, compram para mim, certo?
- Sim, é verdade, minha
filha. Todo o momento é bom para dar mimo ou carinho a alguém; não é preciso
esperar o dia do aniversário para fazê-lo. Mas por quê essa pergunta agora?
- Porque também não é
preciso esperar o Natal para dar esses presentes ao Menino Jesus, certo? O
Natal deve ser sempre que quisermos!
O pai sorri e seus olhos
ficam ainda mais brilhantes. Conseguiu! Deixou uma lição para a vida da sua
pequena!
Não é preciso esperar o
Natal para lembrar de quem passa por necessidades, para lembrar dos animais
abandonados…
Não é preciso esperar o
Natal para “viver” a solidariedade!
(Esta menininha cresceu e nunca esqueceu esta linda lição passada pelo seu Pai e, também, partilhada pela sua Mãe. Agora, ela transmite aos seus alunos na esperança que continue a ser perpetuada... Quem sabe... um dia... todas as pessoas resolvam oferecer estes presentes ao Menino Jesus... durante todos os anos...)