Olá Henrique e Pedro;
Hoje vocês fariam 13 anos.
Há 13 anos não cheguei a ver-te, Pedro. Não deixaram. Acredito
que tenham feito para o meu bem. Assim, convenci-me que serias “a cara” do
teu mano.
Tu, Henrique, ainda lutaste pela vida por 20 dias!
Foste um guerreiro!
Durante 20 dias, vivi um pesadelo. Como desejava que
fosse só um sonho mau… mas não era.
Esse pesadelo dava uma pausa quando tu reagias à
minha voz. Cheguei a dizer à Enfermeira Vanda: “Até parece que ele conhece
a minha voz!” E essa Enfermeira, que era mais um Anjo de todos que formavam
a equipa maravilhosa que te acompanhava, respondeu, sorrindo: “Claro que
reconhece. Você é a Mãe dele!”
Esses dias são as minhas memórias
enquanto mãe.
Só possuo essas memórias. Não tenho histórias para
contar de como aprenderam a andar, a falar, a deixar as fraldas, do
primeiro dia de escola, dos aniversários, das traquinices, dos gestos de
carinho ou das birras…
Apenas aqueles 20 dias onde em cada minuto travavas uma
luta entre a vida e a morte. E a morte acabou por vencer!
Porém, tenho a certeza que vocês estão bem.
Como diz a canção: “Deus chama os que mais ama!” (Talvez
seja por isso que já chamou os meus pais e os meus filhos.)
Henrique e Pedro, agradeço o que me ensinaram. Ensinaram-me que a vida
tem que ser vivida ao minuto.
E não importa quanto tempo vive um filho, pois ele será amado com imensa intensidade enquanto viver… e mais além.
E não importa quanto tempo vive um filho, pois ele será amado com imensa intensidade enquanto viver… e mais além.
Parabéns, meus filhos!
Beijinhos da vossa Mãe e do vosso Pai;
Ana Paula
e Carlos