Há
16 anos, quando cheguei a uma aldeia do Concelho de Mafra, vinda do Brasil, deparei-me
com a preparação para a Festa em honra de seus Padroeiros.
Tudo
era novo para mim. As bandeirolas, o toque dos sinos, a música popular pelas
ruas… Mas o que mais admirei foi observar senhoras, senhores e algumas
crianças, a enfeitarem o largo da igreja para receber a procissão. Na altura, preenchiam
os desenhos usando flores que deixavam um perfume suave no ar.
Na
altura, lembro-me de partilhar com os meus pais, o receio disso tudo terminar,
temendo a possível falta de vontade dos jovens assumirem tamanho trabalho.
Como
fico feliz desse meu receio não se ter concretizado!
Aquelas
crianças cresceram!
Transformaram-se
em jovens determinados em manter viva e linda essa Festa. Agora, a impressão
que fica é que, a cada ano, aprimoram-se em torná-la mais linda.
O
restaurante sempre com ótima comida, a quermesse com imensos artigos, os grupos
musicais que alegram as noites, os ranchos que enriquecem o nosso folclore, a
diversidade de atividades para todos os gostos, a decoração das ruas a cada ano
mais bela, a ornamentação dos andores que demonstra uma verdadeira arte e os
desenhos do chão do largo da igreja, agora preenchidos com serradura colorida,
são um lindo “cartão postal” da nossa aldeia.
Admiro
o trabalho e esforço dessa juventude!
E
por admirar tanto o esforço e trabalho desses jovens não consegui ficar
indiferente ao receber uma carta da Comissão de Festas. Nela, constava um
convite para que os moradores enfeitassem as suas casas para receberem a
procissão.
Não
posso considerar-me católica, mesmo tendo sido batizada na Igreja Católica e
ter Santo António como Padrinho de batismo, mas gosto muito de ver a procissão
e fico emocionada de ver tantos jovens unidos a construírem algo tão bonito e
com objetivos tão positivos. Por isso mesmo, apesar não ter muita aptidão para
trabalhos manuais, atendi ao convite e lá confeccionei umas flores de papel
para colocar no portão de minha casa.
Esta
é uma colaboração ínfima comparada a tudo o que esses jovens fazem pela Festa
em honra de São Sebastião e Nossa Senhora da Saúde, padroeiros do Sobreiro.
Bem
hajam!
2 comentários:
sim, é verdade, Rosa. eu também fico emocionada com esse sentimento de união. fui educada na ICAR, mas independentemente da religião que professe, há uma ligação muito forte com certos rituais. não vou à celebração aos domingos, é um dia como outro qualquer, nem assisto na TV, mas respeito e se me convidassem pessoalmente, envolver-me-ia, também.
festas aos cãopanheiros :) está tudo bem com eles?
A religiosidade de um povo. Gostam desses rituais e divertem-se com esses trabalhos. Depois, quanto a generosidade genuína, aí já é bem diferente.... (ou não!)
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