Meu avô paterno participou da comissão que organizou a comemoração do centenário da independência do Brasil, em 1922, e, devido a isso, foi ao Brasil com a minha avó, por essa altura. Apaixonou-se de tal forma por aquele país que "foi ficando".
Meu pai era brasileiro. "Carioca da gema!"; como gostava de dizer pois tinha nascido no bairro do Botafogo, Rio de Janeiro.
Meu avô retornou, com a família, a Portugal porque seu pai tinha adoecido gravemente; não voltando mais ao Brasil.
Meu pai passou a ter dupla nacionalidade e meu avô sempre insistiu para que ele nunca esquecesse onde tinha nascido e vivido sua infância, ao ponto de meu pai ter se apresentado ao serviço militar nos dois países: Portugal e Brasil.
Após muitos anos e depois de muitas voltas que o destino nos prega, fui viver com meus pais para o Brasil.
Eu, "alfacinha da gema", filha de brasileiro, também passei a ter dupla nacionalidade. No Brasil, perante a Constituição Brasileira, era "brasileira nata" (até podia ser presidente de república, algo que era vetado aos "naturalizados").
A minha infância foi vivida em Portugal mas a minha adolescência, a minha juventude, o início da minha vida adulta, foi toda passada na Terra Adorada, entre outras mil.
Inúmeras vezes, constatei que as subidas dos preços ocorriam sempre em dois momentos: CARNAVAL e CAMPEONATOS DE FUTEBOL.
Nesses momentos, ninguém se importava com mais nada além da fantasia para desfilar na Escola de Samba ou torcer nos estádios de futebol.
Bastava haver SAMBA, CERVEJA E FUTEBOL que tudo estava bem.
Em casa ou em tertúlias, discutia-se como era possível que esse povo não tivesse plena consciência da imensa riqueza que o Brasil possui: natureza, minérios, ouro, agricultura, clima, recursos hídricos, enfim... tudo; porém com um povo facilmente manipulável...
Mas HOJE...quando vejo, nos jornais, que o POVO brasileiro não quer estádios mas, SIM, escolas, hospitais,... sinto um desejo enorme de colocar o HINO DA INDEPENDÊNCIA do Brasil, com melodia de D. Pedro I, do Brasil (D. Pedro IV, de Portugal):
Já podeis, da Pátria filhos,
Ver contente a mãe gentil;
Já raiou a liberdade
No horizonte do Brasil.
Brava gente brasileira!
Longe vá... temor servil:
Ou ficar a pátria livre
Ou morrer pelo Brasil.
Os grilhões que nos forjava
Da perfídia astuto ardil...
Houve mão mais poderosa:
Zombou deles o Brasil.
Brava gente brasileira!
Longe vá... temor servil:
Ou ficar a pátria livre
Ou morrer pelo Brasil.
Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil;
Vossos peitos, vossos braços
São muralhas do Brasil.
Brava gente brasileira!
Longe vá... temor servil:
Ou ficar a pátria livre
Ou morrer pelo Brasil.
Parabéns, ó brasileiro,
Já, com garbo juvenil,
Do universo entre as nações
Resplandece a do Brasil.
Brava gente brasileira!
Longe vá... temor servil:
Ou ficar a pátria livre
Ou morrer pelo Brasil.
Ver contente a mãe gentil;
Já raiou a liberdade
No horizonte do Brasil.
Brava gente brasileira!
Longe vá... temor servil:
Ou ficar a pátria livre
Ou morrer pelo Brasil.
Os grilhões que nos forjava
Da perfídia astuto ardil...
Houve mão mais poderosa:
Zombou deles o Brasil.
Brava gente brasileira!
Longe vá... temor servil:
Ou ficar a pátria livre
Ou morrer pelo Brasil.
Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil;
Vossos peitos, vossos braços
São muralhas do Brasil.
Brava gente brasileira!
Longe vá... temor servil:
Ou ficar a pátria livre
Ou morrer pelo Brasil.
Parabéns, ó brasileiro,
Já, com garbo juvenil,
Do universo entre as nações
Resplandece a do Brasil.
Brava gente brasileira!
Longe vá... temor servil:
Ou ficar a pátria livre
Ou morrer pelo Brasil.