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Companheiros de Pensamentos

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Como ensinar?

Narra uma antiga lenda que, certa vez, um rei chamou o homem mais sábio que conhecia para pedir conselhos.
O soberano se preparava para ser pai e desejava orientações a respeito da educação de seus filhos, uma vez que sabia da importância de seu papel como progenitor na vida dos rebentos.
Dize-me, sábio conselheiro, tu que sempre me ajudaste nas questões mais graves na regência deste reino: como deve agir um pai para criar bons filhos?
Deve agir com extrema severidade, a fim de corrigir e dominar os maus instintos, ou com absoluta benevolência - a fim de manter uma boa relação e destacar as boas tendências deles?
Ao ouvir essas palavras, o ilustre filósofo manteve-se em silêncio, pensando, pensando...
Passados alguns instantes de profunda reflexão, chamou um servo e pediu-lhe que trouxesse dois vasos valiosos de porcelana que decoravam o salão real e que ele sabia estavam entre os preferidos do rei.
Pediu também um balde com água fervente e outro com água gelada, praticamente congelada.
O rei estava achando aquilo muito estranho. Inclusive, começou a ficar um pouco preocupado com a movimentação das peças que eram parte do seu tesouro pessoal.
Com naturalidade, o sábio ordenou a um servo:
Quero que enchas esses dois vasos com a água que acabas de trazer, sendo um com água fervente e o outro com água gelada!
Preparava-se o servo obediente para despejar, como lhe fora ordenado, a água fervente num dos vasos e a gelada no outro, quando o rei, emergindo de sua estupefação, interveio no caso com energia:
Que loucura é essa, ó venerável sábio! Queres destruir estas obras maravilhosas? A água fervente fará, certamente, arrebentar o vaso em que for colocada. A água gelada fará partir-se o outro!
O sábio, calmamente, então tomou de um dos baldes, misturou a água fervente com a gelada e, com a mistura assim obtida, encheu os dois vasos sem perigo algum.
O poderoso monarca e os venerandos mandarins presentes, observaram, atônitos, a atitude singular do filósofo.
Ele, porém, indiferente ao assombro que causava, aproximou-se do soberano e assim falou:
Nossos filhos, ó rei, são como o vaso de porcelana. A postura do pai é como a água.
A água fervente da severidade ou a gelada da excessiva benevolência são igualmente desastrosas para a alma das crianças.
Manda, pois, a sabedoria e ensina a prudência que haja um perfeito equilíbrio entre a severidade - com que se pode tolher os maus pendores, corrigir as falhas - e a generosidade, a docilidade - com que se deve tratar e cultivar as qualidades.


9 comentários:

Laços e Rendas de Nós disse...

Ponderação e equilíbrio - o que não ensinaram a quem governa.

Beijo

Laura

ALUISIO CAVALCANTE JR disse...

Querida amiga

Perfeita a história.
O equilíbrio
inspira,
transforma,
faz feliz...


Que haja sempre em ti,
o olhar da alegria.

Verena disse...

Que bela mensagem!!
Devemos criar os filhos com firmeza
O diálogo é fundamental.
O amor é essencial
Tenha uma linda semana,amiga
Beijinhos afetuosos de
Verena e Bichinhos

Blog da Pink disse...

É uma belíssima história! Eu sempre tentei encontrar o equilíbrio na educação dos meus filhos, a minha sorte é que o meu filho mais velho já nasceu naturalmente equilibrado e inteligente (sou mãe coruja assumida) e me ajudou muito a entender o papel de mãe. A minha filha foi mais difícil mas agora que ela começou a faculdade parece que se encontrou e está muito feliz! E eu também!
Beijos
Laís

Lídia Borges disse...

"No meio é que se encontra a virtude". Esta máxima parece ser a súmula do que aqui se lê.
E, sim! Os filhos são vasos de porcelana fina...

Lídia

Mª João C.Martins disse...


É sempre no caminho do meio que se encontra a virtude. Encontrá-lo não será fácil, mas a vida é, exactamente, esse enorme desafio.

Assim deveria ser...

Um beijinho grande

Regina Rozenbaum disse...

A busca do equilíbrio - em tudo - é uma busca constante e um e-nor-me desafio! Não desistir...persistir diariamente.
Beijuuss n.a.

Graça Sampaio disse...

Só que esse meio termo é extremamente difícil de alcançar.... (Cheguei aqui via Laura do "quem és, que fazes aqui?" e acho que vou voltar)

Beijo

Anónimo disse...

Infelizmente o que assistimos constantemente é à perda absoluta dessas duas noções.Em todas as áreas da vida, acrescente-se...