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(imagem tirada da net) |
Era uma vez uma jovenzinha que tinha que escolher qual o caminho a seguir para obter a sua futura profissão.
Quando era criança, sonhava em ser professora e suas colegas diziam-lhe que ela tinha muito jeito em explicar-lhes as matérias em que tinham dificuldades.
Certo dia, a jovenzinha resolveu aconselhar-se com uma professora que já possuía muitos anos de profissão e perguntou-lhe o que acharia de seguir a sua profissão. Imediatamente, a velha professora respondeu-lhe que tirasse isso da ideia e enumerou uma série de motivos como: salário baixo, muito trabalho, alunos malcriados, cansaço, enfim, concluiu afirmando que toda a paixão inicial desaparece totalmente com o passar dos anos.
A jovenzinha saiu desse encontro muito pensativa, pois ela já sabia que teria que trabalhar para ajudar a manter a casa, juntamente com seus pais que eram muito pobres e, portanto, tinha que pensar muito bem com respeito ao salário que viesse a receber.
Depois de muito refletir, optou por uma outra profissão que também gostava.
E assim, a jovenzinha concluiu o curso profissional e logo começou a trabalhar.
Os anos foram passando e, apesar de gostar do que fazia, sentia que não estava a acrescentar nada à sua vida. Apenas trabalhava por um salário.
Resolveu voltar a estudar e inscreveu-se no curso que a prepararia para poder vir a ser uma professora.
Como as crises também existiram noutros tempos, a jovenzinha viu-se desempregada pois seus patrões alegaram que, sendo solteira, não tinha tantas responsabilidades (mal sabiam eles que ela era o arrimo de família!).
A jovenzinha passava os dias aflita para conseguir algum trabalho na área em que ela sempre tinha trabalhado.
Sempre que voltava a casa, desanimada por não ter conseguido arranjar nada, o seu pai, seu grande amigo e muito sábio, sugeria que ela tentasse outra área; afinal, já tinha concluído o seu recente curso: já podia trabalhar como Professora.
Tantas vezes ouviu seu pai repetir a mesma coisa que, um dia, arriscou e procurou uma escola para trabalhar.
A Diretora, mesmo sabendo que não tinha experiência, atribuiu-lhe uma turma de 1º ano.
Lá foi a jovenzinha, cheia de expectativa, conhecer seus novos alunos e aplicar tudo o que tinha aprendido.
Ao chegar em casa, ao fim do dia de trabalho, a jovenzinha desatou a chorar e a desabafar com seus pais:
- Não é justo! Como o mundo pode ser tão cruel para as crianças! Elas não pediram para nascer! Meus alunos não têm famílias estruturadas, não recebem nenhum afeto nem apoio de seus pais, muitos deles têm os pais na prisão, mães na prostituição. Essas crianças passam fome em casa, pois a única refeição que fazem, é a da escola. Como é possível haver tantas crianças a sofrer?
A mãe dessa jovenzinha abraçou-lhe, pois um abraço de mãe vem sempre repleto de conforto, de calma, de paz e faz sempre um enorme bem.
O pai esperou que a jovenzinha se acalmasse e então, falou:
- Minha filha, não vais mudar o mundo! Só tens duas opções: ou não voltas nunca mais para uma sala de aula; ou fazes com que os teus alunos, naqueles momentos que estão contigo, possam ter momentos únicos de atenção, de afeto, de compreensão, de justiça, de ensinamentos; enfim, que possas dar sempre o teu melhor para eles, enquanto estiveres com eles.
A jovenzinha cresceu e tornou-se numa velha Professora e quando alguém lhe pergunta se deve seguir a sua profissão, ela, sorrindo, responde:
- Claro que sim! É uma profissão onde não vais ter grandes salários, vais ter muito trabalho, dias de muito cansaço, mas, em compensação, estarás sempre a conviver e a contribuir para formares o Futuro e esse Futuro vai sempre receber-te, a cada dia, com olhos vivos, brilhantes e sinceros sorrisos.
Feliz Ano Letivo!