sexta-feira, 21 de agosto de 2009
Andorinhas
Elas estão de malas prontas para mais uma viagem.
Todos os anos é assim.
Pelo fim da Primavera, começam a chegar aos pouquinhos. Primeiro, aparecem duas, depois outras duas e, alguns dias a seguir, as últimas duas. Ocupam os ninhos que deixaram no ano anterior. Limpam-nos e reconstroem, se for o caso disso; aliás, desta vez tiveram que o fazer, pois um dos ninhos tinha sido ocupado por um casal de pardais que fez um grande rombo na “casa”.
A partir daí, é lindo acordar ouvindo as suas “conversas” e observar o seu voo rápido. Ao entardecer, assistimos ao bailado próximo aos ninhos. Será que elas “contam” de suas “viagens”?
Os dias vão passando, até que começamos a ver cascas de ovos pelo chão. Pronto, nasceram os filhotes. Já sei que, em breve, também vou ver o que não gosto: alguns filhotes aparecem mortos. Porquê? Será que caem do ninho? Será que são empurrados pelos irmãos? Meu marido diz que são os pais que eliminam os mais fracos ou doentes. Não sei; só sei que não gosto nada de ver, logo que saio de casa, algum filhotinho morto no chão.
E o Verão continua e continuo a ter a companhia dessas avezitas que eu adoro.
Elas transmitem-me renovação, coragem, trabalho e alegria.
Depois de certo tempo, observamos novas cabecitas a espreitar dos ninhos. Os filhotes estão a crescer e até a sua “voz” já se ouve melhor. Exigem alimento e os pais não param de os atender.
Logo vão começar as lições de voo. E o carrossel tem início. Voos curtos, rápidos, que, aos poucos, vão aumentando a sua trajectória.
Enfim, chegam os entardeceres em que vemos muito mais andorinhas perto de nosso telhado. É lindo.
Perco-me a vê-las, admiro a graça do voo, a “conversa” entre elas. Pode ser uma grande estupidez, não me importo do que possam pensar (pois nunca ouvi nenhum comentário sobre a minha admiração), só sei que sempre que as vejo, fico a pensar nas grandes viagens que fazem. Aves tão pequenas, com tanta força, tenacidade. Simplesmente, admiro-as.
É claro que há pessoas que SÓ olham para a sujeira que elas fazem. Será que essas pessoas já pararam para pensar na sujeira que os seres humanos fazem por todo este Planeta? Muitas das pessoas que reclamam, são aquelas que jogam o cigarro ou o papel do rebuçado pela janela do carro, ou deixam o papel que envolvia a sandes na areia da praia, ou jogam o lenço de papel no meio da rua, ou varrem a sujeira da frente da casa para o lado do vizinho. Hipocrisia!
Bem, mas voltando às “minhas” andorinhas… elas já partiram. Já não ouvimos as suas “conversas” e “histórias” ao pôr-do-sol. Já não vemos os seus voos rasantes. Já não há o “carrossel” de andorinhas. Já estão a viajar para outras terras…
Mas os pardais continuam a fazer-me companhia, enquanto elas não regressam na próxima Primavera.
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